Journal du Club des Cordeliers - Tufão Fung-wong deixa dezenas de cidades sem energia elétrica nas Filipinas

Tufão Fung-wong deixa dezenas de cidades sem energia elétrica nas Filipinas
Tufão Fung-wong deixa dezenas de cidades sem energia elétrica nas Filipinas / foto: Handout - Pandan Municipal Disaster Risk Reduction and Management Office/AFP

Tufão Fung-wong deixa dezenas de cidades sem energia elétrica nas Filipinas

Vilarejos ficaram submersos e dezenas de cidades permaneciam sem energia elétrica nesta segunda-feira (10), após a passagem do tufão Fung-wong pelas Filipinas, que provocou pelo menos duas mortes e o deslocamento de mais um milhão de pessoas.

Tamanho do texto:

O Fung-Wong atingiu o arquipélago na noite de domingo pela costa leste como um "supertufão", arrancando árvores e inundando comunidades inteiras ao longo de seu trajeto.

O fenômeno chegou ao país poucos dias após a passagem do tufão Kalmaegi pelas ilhas centrais das Filipinas, com um balanço de pelo menos 224 mortos.

Os trabalhos de limpeza começaram nesta segunda-feira, da província norte de Cagayan até a ilha de Catanduanes, localizada mais de 1.000 quilômetros ao sul.

O secretário de Defesa Civil da província de Cagayan, Rueli Rapsing, disse à AFP que inundações repentinas na província vizinha de Apayao provocaram a cheia do rio Chico, o que obrigou os moradores a buscar refúgio em locais elevados.

Mais de 5.000 pessoas abandonaram suas casas antes da cheia do Cagayan na pequena cidade de Tuguegarao, que ficou "submersa", segundo Rapsing.

Na província de Aurora, onde o Fung-wong tocou o solo, o socorrista Geofry Parrocha disse que os danos ainda estavam sendo avaliados.

"Estamos vendo muitas casas danificadas e algumas de nossas estradas estão intransitáveis devido aos deslizamentos de terra", declarou Parrocha à AFP na cidade de Dipaculao.

O Fung-wong segue agora para Taiwan, onde deverá provocar chuvas torrenciais no norte e no leste, antecipou a Administração Meteorológica Central da ilha.

Quase 5.000 pessoas serão retiradas de suas casas em três vilarejos do condado de Hualien, segundo o funcionário governamental Lee Kuan-ting. As localidades ficam próximas de uma barreira de contenção que sofreu um colapso em setembro, um acidente que matou 19 pessoas durante as intensas chuvas causadas pelo supertufão Ragasa.

- Vítimas -

A província de Samar, atingida na semana passada pelo tufão Kalmaegi, registrou no domingo a primeira morte provocada pelo Fung-wong.

O socorrista Juniel Tagarino, da cidade de Catbalogan, informou à AFP que o corpo de uma mulher de 64 anos foi recuperado entre os escombros de sua casa e árvores caídas.

"O vento estava muito forte e chovia muito (...) Segundo os parentes, é possível que ela tenha esquecido algo e voltado para a casa", declarou Tagarino.

A Defesa Civil confirmou uma segunda morte, uma pessoa que se afogou em uma inundação repentina na ilha de Catanduanes

Mais ao norte, na província de Cagayán, pessoas refugiadas em um abrigo disseram à AFP que o medo das inundações as convenceu a abandonar suas casas

Catanduanes foi atingida na manhã de domingo por ventos fortes e chuvas, com ondas que cobriram as ruas e inundaram várias casas.

"As ondas começaram a rugir por volta das 7h00. Quando as ondas atingiram o calçadão, parecia que o chão estava tremendo", disse Edson Casarino, 33 anos, morador da cidade de Virac, em Catanduanes

- Calamidade nacional -

Um vídeo verificado pela AFP mostrou uma igreja na cidade cercada por água depois que as inundações repentinas atingiram sua entrada.

Também foram relatadas grandes inundações na região de Bicol, no sudeste de Luzon.

Na semana passada, o tufão Kalmaegi provocou grandes inundações nas ilhas filipinas de Cebu e Negros. A tempestade deixou pelo menos 224 mortos e 109 desaparecidos, segundo números do governo atualizados no domingo.

O presidente Ferdinand Marcos anunciou nesta segunda-feira que o "estado de calamidade nacional" declarado na passagem do Kalmaegi será prorrogado por um ano.

Os cientistas alertam que as tempestades estão se tornando mais potentes devido às mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos.

Os oceanos mais quentes fazem com que os ciclones adquiram força mais rapidamente e o aquecimento da atmosfera permite reter mais umidade, o que provoca chuvas mais intensas.

P.Picard--JdCdC