Journal du Club des Cordeliers - Economia espanhola não mostra sinais de desaceleração, apesar das tensões comerciais

Economia espanhola não mostra sinais de desaceleração, apesar das tensões comerciais
Economia espanhola não mostra sinais de desaceleração, apesar das tensões comerciais / foto: Pierre-Philippe Marcou - AFP

Economia espanhola não mostra sinais de desaceleração, apesar das tensões comerciais

Impulsionada pelo alto consumo das famílias e pelo forte crescimento das exportações, a economia espanhola confirmou seu dinamismo no segundo trimestre, apesar do clima de incerteza gerado pelo aumento das tarifas americanas.

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O Produto Interno Bruto (PIB) espanhol cresceu 0,7% entre abril e junho, um décimo de ponto percentual acima do valor do trimestre anterior (0,6%), de acordo com a estimativa provisória publicada nesta terça-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este número supera as projeções do Banco da Espanha, que previa um crescimento entre 0,5% e 0,6%. O número também confirma o dinamismo da quarta maior economia da zona do euro, que já registra oito trimestres consecutivos com crescimento do PIB acima de 0,6%.

"A economia espanhola mantém seu dinamismo" no segundo trimestre, comemorou o ministro da Economia, Carlos Cuerpo, em uma mensagem de vídeo. "Isso nos posiciona entre as principais economias avançadas não apenas na Europa, mas também a nível internacional", acrescentou.

Segundo o INE, o crescimento dos últimos meses foi impulsionado pelas exportações, que cresceram 1,1% em relação ao trimestre anterior, apesar dos efeitos da guerra comercial desencadeada pelo aumento das tarifas americanas.

A tendência também foi impulsionada pelo investimento empresarial — que aumentou 2,1%, com forte crescimento no setor da construção — e pelo consumo das famílias, que cresceu 0,8%, após já ter registrado um aumento de 0,6% entre janeiro e março. O crescimento anual do PIB, por sua vez, foi de 2,8%.

Essa tendência coloca a Espanha em uma posição favorável para atingir a meta de crescimento de 2,6% que o governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez espera para este ano.

A economia espanhola continua atuando "em parte como um motor para a zona do euro, compensando o crescimento muito mais baixo de outras economias europeias, como Alemanha e França", disse à AFP Pedro Aznar, professor de Economia da escola de negócios Esade.

Segundo dados do INE, o crescimento espanhol permitiu que o número de pessoas à procura de emprego diminuísse consideravelmente nos últimos meses. A taxa de desemprego caiu para 10,29% da população no final de junho, o seu nível mais baixo desde a crise financeira de 2008.

A queda do desemprego, impulsionada pela elevada criação de empregos, deverá continuar nos próximos trimestres, segundo o governo.

De acordo com o Banco da Espanha, o crescimento econômico deverá atingir 2,4% este ano. Essa previsão aproxima-se da do Fundo Monetário Internacional (FMI), que revisou as suas expectativas de crescimento para a Espanha para 2,5% (+0,2 ponto percentual) em meados de abril, apesar do aumento das tarifas decidido pelo presidente americano, Donald Trump.

O impacto no crescimento espanhol dessa disputa comercial, que levou a um acordo no domingo que prevê tarifas de 15% sobre produtos europeus exportados para os Estados Unidos, deve ser "insignificante" em 2025, disse o ministro Carlos Cuerpo à AFP em meados de junho.

G.Guerin--JdCdC