Journal du Club des Cordeliers - Ministro da Defesa do Sudão defende seguir lutando após proposta de trégua dos EUA

Ministro da Defesa do Sudão defende seguir lutando após proposta de trégua dos EUA
Ministro da Defesa do Sudão defende seguir lutando após proposta de trégua dos EUA / foto: - - AFP

Ministro da Defesa do Sudão defende seguir lutando após proposta de trégua dos EUA

O ministro da Defesa do Sudão afirmou, nesta terça-feira (4), que o exército continuará lutando contra os paramilitares, após o conselho de defesa do país se reunir para examinar uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos.

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As Forças de Apoio Rápido (FAR), um grupo paramilitar, estão em guerra com o Exército desde abril de 2023. No dia 26 de outubro, as FAR capturaram a cidade de El Fasher, último reduto das Forças Armadas oficiais na região de Darfur, e parecem estar preparando um ataque à província central de Kordofan.

"Agradecemos à administração Trump seus esforços e propostas para alcançar a paz", declarou Hassan Kabroun em um discurso transmitido pela televisão estatal, e acrescentou que "os preparativos para a batalha do povo sudanês continuam".

"Nossos preparativos para a guerra são um direito nacional legítimo", afirmou após a reunião do Conselho de Segurança e Defesa em Cartum.

Os detalhes da proposta de trégua dos Estados Unidos não foram divulgados.

O grupo 'Quad', formado por Estados Unidos, Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, negocia há meses para alcançar uma trégua no conflito do Sudão, que já dura mais de 30 meses.

Em setembro, as quatro potências apresentaram a proposta de uma trégua humanitária de três meses, seguida por um cessar-fogo permanente e uma transição de nove meses para um regime civil, insinuando a exclusão tanto do Exército quanto das FAR do processo.

O governo sudanês, alinhado com o Exército, rejeitou o plano na ocasião.

Após o ataque das FAR contra El Fasher, muitas pessoas relataram assassinatos em massa, violência sexual, ataques a trabalhadores humanitários, saques e sequestros durante a ofensiva.

Na segunda-feira, o Tribunal Penal Internacional (TPI) expressou "profunda preocupação" com os relatos e alertou que os "atos, se confirmados, podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta terça-feira o fim do "pesadelo de violência" no Sudão, ao alertar que a crise no país africano está se agravando rapidamente.

Guterres pediu às partes beligerantes que "sentem agora mesmo à mesa de negociações e acabem com este pesadelo de violência" e advertiu que "a terrível crise no Sudão (...) está saindo do controle".

M.Meunier--JdCdC