Journal du Club des Cordeliers - Governo argentino fecha agência para pessoas com deficiência suspeita de corrupção

Governo argentino fecha agência para pessoas com deficiência suspeita de corrupção
Governo argentino fecha agência para pessoas com deficiência suspeita de corrupção / foto: Juan Mabromata - AFP

Governo argentino fecha agência para pessoas com deficiência suspeita de corrupção

O governo da Argentina anunciou, nesta terça-feira (30), a dissolução da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), alvo de denúncias de corrupção que envolviam a irmã do presidente Javier Milei.

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As funções de assistência do órgão, até agora independente do governo, serão absorvidas pelo Ministério da Saúde, sem que sejam cortados os benefícios que oferece a mais de 3 milhões de usuários, informou o chefe de Gabinete de Ministros, Manuel Adorni.

Desde que Milei assumiu o cargo, em dezembro de 2023, a Andis está sob auditoria, o que permitiu detectar dezenas de milhares de beneficiários irregulares.

O processo provocou interrupções nos benefícios e reclamações dos beneficiários, que fizeram diversos protestos exigindo mais fundos para a entidade no contexto de um severo ajuste orçamentário.

A Andis também esteve no meio de um escândalo quando a Justiça ordenou uma busca em sua sede e na de uma importante drogaria por suspeitas de pagamento de subornos para conseguir contratos do Estado.

O caso envolve Karina Milei, secretária da presidência e braço direito do presidente, que negou as acusações.

O incidente veio à tona após a divulgação, em 19 de agosto, de áudios em que o ex-presidente da Andis, Diego Spagnuolo, afirmava que Karina recebia 3% do valor pago pela agência para a compra de medicamentos.

Pouco depois, Spagnuolo foi removido do cargo e indiciado como suposto chefe de uma associação criminosa em um processo no qual já depuseram cerca de 20 pessoas, inclusive uma ex-funcionária do Ministério da Economia.

Spagnuolo, muito próximo ao presidente, negou todas as acusações e alegou à Justiça que os áudios foram manipulados. No entanto, a Promotoria manteve a acusação com base em mais provas.

A irmã do presidente foi convocada pela Câmara dos Deputados em outubro para dar explicações, mas não compareceu. Por ora, ela não foi citada pela Justiça.

R.Roussel--JdCdC