Journal du Club des Cordeliers - Mulino nega que manobras militares dos EUA no Panamá sejam contra Venezuela

Mulino nega que manobras militares dos EUA no Panamá sejam contra Venezuela
Mulino nega que manobras militares dos EUA no Panamá sejam contra Venezuela / foto: WALTER HURTADO - AFP/Arquivos

Mulino nega que manobras militares dos EUA no Panamá sejam contra Venezuela

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, negou nesta quinta-feira (13) que as manobras militares que o Exército dos Estados Unidos realiza no país centro-americano estejam relacionadas a "qualquer ato hostil contra a Venezuela".

Tamanho do texto:

Durante esse ano, militares americanos realizaram exercícios de sobrevivência e de táticas de combate na floresta panamenha do Darién, fronteiriça com a Colômbia, e em uma base policial na costa do Caribe.

Os exercícios coincidem com a operação dos Estados Unidos contra o tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, e que a Venezuela insiste que sua intenção é derrubar o presidente Nicolás Maduro.

"O Panamá não está emprestando seu território para um ato hostil contra a Venezuela nem contra nenhum outro país do mundo", disse Mulino durante sua coletiva de imprensa semanal.

O mandatário respondeu dessa forma a uma jornalista que lhe questionou se a presença militar americana no Panamá estava relacionada à pressão exercida pelos Estados Unidos contra a Venezuela pelo tema do narcotráfico.

"Não tem a ver uma coisa com a outra", afirmou Mulino.

A mobilização naval americana no Caribe foi anunciada depois que Washington acusou Maduro de liderar cartéis de droga.

Desde então, os Estados Unidos atacaram diversas embarcações com um balanço de 76 supostos "narcoterroristas" mortos.

Na terça-feira, o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford dos Estados Unidos, foi incorporado a essa operação em águas caribenhas.

As manobras militares americanas no Panamá estão amparadas em um convênio de segurança assinado em abril pelos dois países.

O acordo permite a Washington utilizar, sob autorização panamenha, bases aéreas e navais para "treinamento" por um período de três anos prorrogáveis.

O acordo foi assinado em meio a pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou recuperar o Canal do Panamá sob o argumento de que é gerenciado pela China.

"Não há nenhum tipo de presença militar não autorizada pelo Panamá, em uma área onde entendemos que deve ser idônea, muito idônea para treinar" as forças militares, disse o mandatário.

Mulino acrescentou que o Panamá, que não tem Exército, seguirá permitindo os exercícios militares em seu território para "salvaguardar e proteger integralmente" o canal.

M.Morel--JdCdC